Homenageadas

Conceição Senna (2019)

Formação: Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia; Instituto de Educação da Bahia (Técnicas Audiovisuais na Educação). Participou e m workshops de Augusto Boal, Fauzi Arap, Amir Hadad, Luiz Carlos Maciel (Brasil),Rafael Mirdau (México), Santiago García (Colombia).
 
Participou de dezenas de espetáculos teatrais na Bahia, São Paulo e Rio de Janeiro, entre eles  Morte e Vida Severina, direção de Luiz Carlos Maciel; Esta Noite Improvisamos, direção de Alberto Daversa; Teatro de Cordel, direção de Orlando Senna; A Divina Comédia, direção de Regina Miranda e, em Havana, O Belo Indiferente, direção do panamenho Edgar Soberón Torchia.  

No cinema, atuou em O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro, de Glauber Rocha; Coronel Delmiro Gouveia, de Geraldo Sarno; Iracema e Gitirana, de Orlando Senna e Jorge Bodanzky; Diamante bruto, de Orlando Senna;Caveira my friend, de Álvaro Guimarães; Abrigo Nuclear, de Roberto Pires; Iremos a Beirute, de Marcus Moura; Perigo Negro, de Rogério Sganzerla; Chega de saudade, de Laís Bodanzky; Luz nas trevas, de Helena Ignês;O último romance de Balzac, de Geraldo Sarno; De velha basta eu, de Victor Luiz; Em casa, de Juliana Panini; A coleção invisível, de Bernard Attal.

Foi premiada por suas atuações em Iracema, Chega de saudade e De velha basta eu. Dirigiu os documentários Memória do sangue, premiado na Jornada de Cinema da Bahia e no Rio Cine Festival; Brilhante, premiado no Festival de Natal; e Anjos de Ipanema, de 2018. De 1991 a 1996 produziu e apresentou o programa Ventana al Surna Televisão Cubana, uma das maiores audiências daquele país.

Em 2010 publicou o livro A menina, a guerra e as almas (Editora Única, SP), sobre sua infância em Canudos.

Em 2018 lançou o eBook Sertão mulher, disponível na Amazon. Ministra regularmente oficinas de Dramaturgia e Expresão Corporal, tendo trabalhado na Escola Internacional de Cinema e Televisão de San Antonio de los Baños, Cuba, e no Instituto Dragão do Mar.



Helena Ignez (2018)

Helena Ignez

Helena Ignez é uma reconhecida atriz e cineasta brasileira, nascida em Salvador, com uma trajetória inconfundível como protagonista de clássicos do cinema nacional. Abandonou o curso de Direito para estudar Teatro onde se envolveu com movimentos vanguardistas na capital. O papa do Cinema Novo, Glauber Rocha, foi o seu primeiro diretor no curta-metragem “O Pátio” (1958).

Com seu estilo único de atuar, com a força feminina que trazia aos seus papéis, Helena Ignez já era uma estrela antes dos 30 anos, ela foi logo identificada como um ícone do Cinema Marginal de Rogério Sganzerla.

Helena atuou em alguns dos filmes mais importantes do cinema brasileiro dos anos 60 como: O Assalto ao Trem Pagador de Roberto Farias (1962), O Padre e a Moça de Joaquim Pedro de Andrade (1966), O Bandido da Luz Vermelha de Rogério Sganzerla (1968) e A Mulher de Todos de Rogério Sganzerla (1969). Além de inspirar esses grandes mestres da produção cinematográfica nacional, fez carreira notável como diretora e roteirista, com vários longas e curtas no currículo.

Em 2015 lançou o seu quarto longa metragem, Ralé, e em 2018 lançou o seu quinto e premiado longa, A Moça do Calendário, exibido na Sala Walter da Silveira durante a sessão de homenagem à artista.

Com mais de 50 anos de carreira, Helena Ignez foi a homenageada da 2ª Mostra Lugar de Mulher é no Cinema.



Mônica Simões (2017)

Mônica Simões

A cineasta baiana começou a estudar teatro e dança ainda na época de colégio,onde começou a despertar seu interesse por artes e cultura. Formou-se em História pela Universidade Federal da Bahia, onde se inteirou mais sobre a cultura negra através de um olhar etnográfico. Ela também teve a oportunidade de trabalhar de fato com pesquisa no Centro de Estudos Afro-orientais, o que despertou um interesse ainda maior pela África, especialmente a diáspora e suas consequências culturais no Brasil.

Participou da 1ª Bienal de Fotografia em Salvador, com o trabalho “Mulheres da Minha Vida”, e realizou o seu primeiro vídeo “Eu Sou Neguinha?”, em 1988, um documentário sobre a reflexão da mulher negra baiana a respeito da Abolição da Escravatura. Através deste trabalho, participou de importantes festivais nacionais e internacionais (São Francisco, Nova York, Buenos Aires, São Paulo, Rio de janeiro).

Realizou o “Código de Hamurabi” no início dos anos 1990, documentário-ficção sobre os anos 1970 na Bahia e o clipe-documentário “Quilombos Urbanos”, também no mesmo período. Em paralelo aos projetos autorais, Mônica começou a trabalhar em produtoras e emissoras de televisão baianas escrevendo roteiros, dirigindo institucionais, comerciais e video clipes.

Em 2000, lançou o documentário “Uma Cidade”, que recebeu o 1º prêmio no Festival Internacional Etnográfico. Dirigiu duas séries para o Ministério de Educação através da TV Escola: “Mestres da Literatura” (Lima Barreto e Guimarães Rosa) e “História do Brasil”, com Boris Fausto, sete programas desde a chegada de Cabral até a primeira eleição de Lula, um trabalho de pesquisa extenso que envolveu os principais arquivos brasileiros. A cineasta baiana Mônica Simões tem um vasto acervo de trabalho de grande qualidade que enaltecem a percepção da mulher no meio artístico. Em 2016, ela nos presenteou com o trabalho Um Casamento, documentário premiado que conta a história do matrimônio de seus pais, Maria Moniz e Ruy Simões. O filme, seu primeiro longa-metragem, desperta discussões sobre machismo, preconceito e alguns tabus sociais. Por toda a sua trajetória e por ser uma realizadora ativa, a Mostra LUGAR DE MULHER É NO CINEMA fez questão de homenagear a profissional, que representa tão bem o propósito do evento.